Nos idos de 2003, eis que surge uma banda de estilo peculiar pra cena da época, na capital soteropolitana: o CMTN. Com uma dupla homenagem a dois ícones literários (Austregésilo Bueno, autor do livro "Canto dos Malditos" e J.M. Barrie, que escreveu o conto de "Peter Pan", ambientado em "Neverland"), o quinteto assustou, a principio, não só pelo enorme nome (devidamente abreviado para CTMN), mas também pelo som que faziam. Calcados na cena hardcore da capital baiana, os integrantes da banda resolveram unir a voz grave e a melancolia presente nas letras da vocalista Andréa com guitarras pesadas (talvez providas do movimento Grunge), o que foi rotulado como 'rock alternativo' e que diferenciou a banda, não só regional como nacionalmente. Logo no primeiro EP do grupo, lançado no mesmo ano de fundação da banda, a crítica musical de Salvador não economizou em elogios para o novo grupo. Com o EP Olha a Minha Cara, de 2005, não foi diferente, e foi justamente esse que deu a oportunidade do grupo assinar com a gravadora Warner Music. Lançado em 2006, o único álbum de estúdio da banda foi um sucesso em todo Brasil, tendo como singles as músicas "Sinta Vontade de Ficar" e "Olha a Minha Cara", que teve seu clipe entre os mais pedidos por três meses na programação da MTV e uma aparição no programa Altas Horas, da Rede Globo. Após quatro anos de muito sucesso, inumeráveis shows pelo país e abertura do show do Placebo, o CMTN, se dissolve em 2007, depois de concretizarem o desejo de ir morar na capital paulista. Com o reconhecimento, Andréa é convidada a participar de apresentações com Nando Reis, sendo uma dessas no programa Luau MTV e também com a banda riot grrl Dominatrix. Andréa Martins e o Império dos Sonhos foi o nome dado ao então novo projeto da vocalista Andréa, que alem de inéditas, faz covers do CMTN e lançou um CD em 2009/2010. Os guitarristas, Helinho e Danilo logo formaram o Autoreverso. Sobre o que aconteceu com o baixista David, musicalmente, eu não sei dizer, mas meu tio conheceu o batera Léo Cebola \o/. No dia 03/03/12, a banda voltou pra fazer uma única apresentação em Salvador, que aconteceu no Groove Bar. Em entrevista, o baterista Léo Cebola disse que não há nada certo sobre a volta da banda.
Com uma mistura intensa de guitarra pulsante e som esparso e variado do baixo, a banda Retrofoguetes vem se destacando no cenário independente brasileiro, junta a outros grandes nomes do rock instrumental brasileiro, como, Pata de Elefante, Macaco Bong, Hurtmold, Guizado e Burro Morto. O power trio soterapolitano que foi formado em 2002 por Morotó Slim (guitarra), CH (baixo) e Rex (bateria), lançou um CD demo no ano de 2003, produzido por André T e Nancyta (e os Grazzers). No mesmo ano participaram das coletâneas Surf Rock (Deck Music), Reverb Brasil (indie), Monstro Hits and a tribute to Ultraje a Rigor (Monstro Discos) e lançaram também seu debút (Ativar Retrofoguetes!) pela Monstro Discos. O albúm, com 18 músicas autorais e uma regravação do tema de abertura do seriado japonês Robô Gigante, rendeu a banda o prêmio de melhor album instrumental de 2004, pelo Prêmio Claro de Música. Em 2008, o guitarrista Morotó Slim, foi vencedor do prêmio de melhor instrumentista, dado pelo Trofeú Dodô e Osmar. Ainda em 2008 o Retrofoguetes receberam o prêmio de melhor arranjo, juntamente com o maestro Letieres Leite, no VI Festival de Música da Rádio Educadora FM. A música premiada foi “Maldito Mambo!”, composta pelos Retrofoguetes e com arranjos feitos pelo maestro Letieres Leite, juntamente com os Retrofoguetes. As gravações, feitas no formato de uma big band de jazz, foram produzidas por André T e Nancy Viegas e fizeram parte do repertorio do CD Chachachá, 2009. No ano passado, 2010, a banda fez uma serie de shows na Argentina, sendo essa, a primeira turnê internacional do grupo, que pretende lançar um CD em 2012.
Em 2007, Danilo e Helinho, ambos guitarristas da banda Canto dos Malditos na Terra do Nunca, decidiram montar o Autoreverso, após o fim do grupo. Depois de três anos, em 2010, a banda se firmou com a formação atual, composta por Jessé (bateria), Kibi (baixo e mais algumas peripécias sonoras), Helinho (guitarra), Danilo (guitarra) e Lali (a vocalista mais lindinha da cena rocker de Salvador). Dona de shows contagiantes, a Autoreverso faz misturas bem feitas de boa música. Participou do Desafio das Bandas Coca-Cola Zero, evento do qual ficou entre as finalistas. Com uma mescla de sonoridade que vai do mais arranjado samba rock de Jorge Ben Jor ao mais grudento e dançante baião de Luiz Gonzaga, a Autoreverso lançou em novembro de 2010 seu primeiro EP, intitulado de Televisivavida, que foi produzido por Jorge Solovera. O EP agradou a todos os fãs e chamou a atenção de muitos que passaram a ser fãs depois de ouvir esse trabalho altamente "downlodeavel".
Contrariando o pedido de alguns leitores, hoje falarei um pouco sobre a Suinga. Formada em 2007, por Fox (guitarra, voz), Marceleza (guitarra, voz), Dinho (baixo), Dudu (bateria) e Didoné (percussão) a Suinga é uma banda de estilo singular, pois ao fundir a sonoridade alegre e contagiante dos blocos carnavalescos baianos com o 'post-Beatles' dos Mutantes, consegue um som que agrada a muitos. Com um relativo reconhecimento, depois de lançadas 5 músicas autorais no EP Minina, que também gerou os clipes de Sorvete de Cajá e Miniminina , a banda passou a ser figurinha carimbada na cena soteropolitana e fora da cidade também, participando dos festivais Suiça Baiana e Grito Rock, ambos em Vitória da Conquista. Também com o reconhecimento do EP, que foi produzido por Jorge Solovera, a banda foi uma das mais cotadas a ganhar o prêmio do Desafio de Bandas Coca-Cola, mas, infelizmente, não conseguiu tal feito. A Suinga está na estrada com a idéia de lançar um eventual álbum e assim alçar um reconhecimento maior.
A pedido da leitora/ouvinte/ociosa de plantão Cecília. Muitos dizem que é essa banda que está salvando o rock nacional. Sinceramente, não me resta dúvidas de que isso é verdade. Os caras da Vivendo do Ócio vem agradando todo mundo com o seu indie rock cru e vigoroso, que lhes rendeu prestígio nacional e também internacional. Depois de saírem da banda de hardcore Trick Attack, Luca Bori (baixo) e Jajá Cardoso (guitarra, voz) planejam outro projeto, e por isso recrutam Davide Bori (guitarra), irmão de Luca, que já havia passado pelas banda Caixa2 e Índica. Ao mesmo tempo em que procuravam um baterista, o trio pensava num nome pra banda; Mamede se juntou aos três depois de ver um anuncio na internet; depois de ver no subnick do MSN do Luca a frase “Vivendo do Ócio”, Jajá, achou mais que qualificado batizar o grupo assim, já que eram em tardes de ócio criativo que aconteciam os ensaios da banda. Depois de muitos ensaios e um bom material autoral em mãos, a banda participou de vários festivais e concursos por Salvador, e nessa época, Mamede se afastou da banda, dando lugar a Dieguito, que ja tinha tocado na banda de hardcore Efeito Joule, Sk8 and Destroy e também na banda Índica, junto com Davide. Já com a formação atual, a banda participou do GAS Sound Guaraná Antarctica, ganhou o concurso e como prêmio teve o direito de lançar um álbum pela DeckDisc. O álbum contou com todas as faixas do disco anterior (que foi lançado de forma totalmente independente) e mais cinco faixas inéditas. Esse álbum projetou a banda no cenário nacional, fazendo com que a banda participasse de muitos programas de TV, como TV Cultura, MTV, PlayTV, RedeTV! e Rede Globo (Altas Horas). Em 2009, a banda ganhou também o prêmio de revelação, pelo VMB. Em 2010, a banda teve sua primeira passagem pela Europa, no Brazilian Day de Londres, e também fizeram shows em Amsterdãm, na Holanda, onde aproveitaram para gravar três de seus seis clips. Em 2011, estão preparando o seu segundo álbum, que está com o lançamento previsto para janeiro de 2012.
Rapaz, faz um tempão que eu não venho aqui, mas hoje to voltando com força total, pra mostrar pra vocês um pouco dos Novos Baianos. Salvador foi o palco (literalmente) para que quatorze braços e sete cabeças criassem, em 1968, um grupo que revolucionaria a música baiana. A idéia de formar o grupo surgiu apos o espetáculo "O Desembarque dos Bichos Depois do Dilúvio Universal" onde todos os membros se reuniram pela primeira vez. O jovem Moraes Moreira (compositor, vocal, violão) foi apresentado a Tom Zé, por Luiz Galvão (compositor), que até então era só um agrônomo recém-formado, que influenciado por João Gilberto, seu conterrâneo, resolveu entrar de cabeça no mundo musical. Devidamente encaminhados por Tom Zé no mundo da música, Moraes e Luiz conhecem Baby Consuelo (vocal), uma carioca que estava passando 'férias' em Salvador, depois de ter fugido de casa. Pouco tempo depois o trio ganha mais um membro: o saudoso Paulinho Boca de Cantor, que antes tocava na Orquestra Avanço. O quarteto era acompanhado pela banda de rock Os Leifs, da qual fazia parte Pepeu Gomes (guitarra), Dadi (baixo), Baixinho (percussão) e o irmão de Pepeu, Jorginho Gomes (bateria). Após apresentarem a música 'De Vera', no V Festival de MPB, da Rede Record, o grupo chamou atenção de grandes gravadoras e logo rumou a São Paulo, sendo contratados pela RGE e tendo como empresário o paulista Marcos Lázaro. O diferencial dos Novos Baianos era que eles eram realmente uma 'grande família', pois todos os membros da banda viviam juntos, com todos os seus filhos e familiares, em um sítio, no RJ. Em 1970, lançam o bem sucedido disco de estreia 'É Ferro na Boneca!'. 1972 é o ano em que foi lançado o disco que é, considerado por muitos, o melhor disco brasileiro de todos os tempos: 'Acabou Chorare'. Eu, particularmente, acho um álbum sublime. Com arranjos muito bem trabalhados, ritmos que vão do Baião ao Rock Psicodélico, sendo um poço de singles e pela participação direta/indireta de João Gilberto, me agradou desde a primeira escutada. Em 2007, o disco foi eleito pela Rolling Stone Brasil como o melhor álbum da história musical brasileira, numa seleção pra escolher os cem melhores discos brasileiros. O terceiro álbum - 'Novos Baianos F.C.' - foi lançado em 1973, e foi o primeiro trabalho pela gravadora Continental. É considerado, pelos fãs, juntamente com 'Acabou Chorare', um dos melhores discos da banda. O título remete a situação que a banda vivia uma espécie anarquia, entre a música e o futebol, o que fazia com que o grupo também se considerasse um time de futebol. Depois de dez anos de estrada, o grupo se dissolveu, em 1979. Entre 1974 a 1978 a banda lançou outros cinco discos - Novos Baianos/1974; Vamos pro Mundo/1974; Caia na Estrada e Perigas Ver/1976; Praga de Baiano/1977; Farol da Barra/1978 - que não foram bem sucedidos comercialmente. Em 1997, sai a coletânea 'Infinito Circular'pela gravadora Globo. Também em 97, o grupo se reúne para uma apresentação comemorativa. No ano de 2008, a banda se reuniu outra vez para alguns shows por Salvador.
Em homenagem a 'leitora'/'ouvinte', Bárbara Valois (Irmã de Lili), que tem um ótimo gosto musical. Surgida em 2005, a Pirigulino Babilake, formou-seapós um sonho de Pietro (guitarra, violão, voz, frontman) virar uma dívida. Após um hiato na carreira musical, Pietro ruma ao Rio de Janeiro, em busca de mais experiencias musicais e pessoais. Ao ver toda a diversidade cultural carioca, Pietro, de volta a Bahia, resolve reunir antigos colegas de faculdade para desfrutar, junto a ele, da mágia carioca. Sem saber ao certo como levar os amigos convidados, Pietro disse a eles que montariam uma banda, a fim de fazer sucesso, pagar os custos da viagem e se divertir. Pronto, estava formada o grupo, que por algum tempo seria chamado de 'Pietro e as Más Influências'. O nome só vigorou por 'algum tempo' mesmo, pois logo depois de ouvir de um amigo de trabalho o nome 'Pirigulino Babilake', Pietro renomeou o conjuto daquela forma (esse nome deriva de uma música, composta pela cantora Pitty, em sua primeira banda, que tocava hardcore punk: A Inkoma), e assim teve a sua estreia, em um Lual - 'Lual Pirigulino Babilake'- que foi totalmente organizado pela propia banda, dos cartazes a montagem do palco. Também após o 'batismo', a banda foi convidada a tocar em festivais estudantis, de Maceió (AL), Palmas (TO), entre outros estados. Em 2010, eles lançaram o primeiro albúm, entitulado de 'Rosa Fubá', que tem influências claras de rock, baião, samba-rock, reggae, tropicalismo e 'Música Popular Baiana', criando um estilo que eu realmente não se como falar aqui. Seria a mesma coisa de tentar explicar como é o cheiro da chuva , qual a cor do pôr-do-sol ou que sabor tem a Coca-Cola. Então, só mesmo ouvindo, relaxando e viajando no som da Pirigulino Babilake você vai saber como é esse som. Sobe o comando de Pietro Leal, Guto (guitarra), Davi (guitarra), Vinicius (contrabaixo e vocais), Thiago (bateria) e Gugu (percussão e vocais), a banda está na estrada a procura de mais 'pirigulagens'.